segunda-feira, 15 de março de 2010

Procissão do Encontro do Senhor no Funchal

“Sofrimento de Cristo” continua a existir hoje




“O sofrimento da humanidade, em qualquer tempo, circunstância e lugar” poder entrar em “comunhão, com o sofrimento de Cristo a caminho do Calvário”, disse D. António Carrilho a propósito da Procissão que ontem à tarde percorreu algumas ruas da nossa cidade. “O significado profundo desta Procissão enquadra-se em pleno tempo quaresmal e recorda momento dolorosos entre Maria, representando toda a humanidade, e Cristo no caminho da cruz”, a quem podemos “confiar todos os nossos sofrimentos”, explicou.
Ainda segundo o Bispo do Funchal, “no caminho da cruz apontamos a esperança para a Ressureição e todo o tempo quaresmal, com o convite à penitência e à conversão coloca-nos diante dos olhos, e em projecto, a meta final desse caminho” que é “a consciência e o coração renovados”. O objectivo é “fazer imensas coisas, uma nova sociedade e contribuir para a civilização do amor”, disse em breves declarações ao Jornal da Madeira.
Nestas circunstâncias, também se pode “transpor o encontro de Cristo com a sua Mãe para a realidade actual, em qualquer tempo e lugar, para as situações concretas em que as pessoas vivem.”
“No coração das pessoas está este sofrimento que se entrega; e todos os anos, nesta Procissão, recordam-se os mesmos passos, o mesmo projecto de comunhão com o sofrimento de Cristo redentor”, sublinhou.
Na sua mensagem, D. António deixou ainda “uma palavra de esperança, de conforto e solidariedade para todos quantos estão a sofrer”, nomeadamente as pessoas e famílias madeirenses mais afectadas pelo recente temporal.

“Tudo por Amor”

Um dos momentos altos da Procissão do Encontro aconteceu frente à Sé, com o “sermão” proferido pelo Pe. Marcos Gonçalves, Reitor da igreja do Colégio.
O encontro da “Mãe dolorosa com o seu Filho na Cruz”, quase irreconhecível, era uma oportunidade para reflectir sobre as causas e as consequências duma vivência histórica que ainda hoje perdura. “É oportunidade para nos pormos a caminho, seguir-te é o único caminho que leva à vitória do amor sobre o ódio, da partilha sobre o egoísmo, da paz sobre a violência”.
“Maria dolorosa quase não reconhece o seu Filho maltratado... Dois olhares se cruzam, dois corações esmagados pela dor..., um instante e o mundo inteiro parou a contemplar... Foi tudo por nosso amor”, sublinhou o sacerdote.
Foram momentos bastante emotivos que se prolongaram pela caminhada processional de regresso à igreja do Colégio, com larga participação de fiéis, Confrarias, sacerdotes, seminaristas e a Banda Municipal do Funchal.
No final, celebrou-se a Eucaristia, presidida por D. António Carrilho, que na homilia se referiu ao “Domingo da alegria” (conforme a litrugia de ontem e falou da “fonte e da razão de ser da alegria cristã”, apesar do “sofrimento”.
“O segredo da alegria está na Páscoa que aponta para a reconciliação com Deus e com os irmãos”, explicou aos muitos fiéis presentes que enchiam por completo a igreja do Colégio.




Vera Luza

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