quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Mortalhas de penitência em Bercianos de Aliste
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Rafael e a Caida de Zamora
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Ladainha da Paixão de Cristo (De Santo Afonso de Ligório)
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.
Dulcíssimo Jesus, pelo ósculo traidor entregue às mãos dos Vossos inimigos, maltratado, atado e preso com cordas, abandonado pelos discípulos,
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.
Dulcíssimo Jesus, pelo injusto Conselho dos judeus julgado réu de morte, entregue a Pilatos, desprezado e escarnecido pelo ímpio Herodes,
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.
Dulcíssimo Jesus, despido, preso a uma coluna e acoitado cruelmente,
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.
Dulcíssimo Jesus, coroado de penetrantes espinhos, ferido na sagrada Cabeça com uma cana, vestido, por escárnio, de um manto de púrpura, saciado de opróbrios,
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.
Dulcíssimo Jesus, mais odiado que um ladrão e assassino, reprovado pelos judeus, condenado à morte da Cruz,
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.
Dulcíssimo Jesus, carregado com a pesada Cruz, caído em terra, levado ao Calvário como o Cordeiro ao matadouro,
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.
Dulcíssimo Jesus, Homem das dores, despojado de Vossas pobres vestiduras, contado entre os criminosos, imolado em sacrifício pelos nossos pecados,
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.
Dulcíssimo Jesus, cravado cruelmente na Cruz, ferido dolorosamente por causa das nossas iniqüidades, quebrantado por causa das nossas culpas,
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.
Dulcíssimo Jesus, escarnecido ainda na Cruz, atormentado e oprimido de dores indizíveis, consumido de sede, abandonado na mais dolorosa agonia pelo próprio Pai Celestial,
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.
Dulcíssimo Jesus, morto na Cruz, traspassado por uma lança à vista de Vossa dolorosa Mãe,
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.
Dulcíssimo Jesus, descido da Cruz, depositado nos braços de Vossa Santíssima Mãe e banhado em Suas lágrimas,
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.
Dulcíssimo Jesus, ungido e embalsamado pelos discípulos amantes com preciosos aromas, envolvido em lençóis limpos e depositado no santo sepulcro,
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.
V: Ele verdadeiramente tomou sobre Si as nossas iniqüidades.
R: E as nossas dores Ele as suportou.
Oração:
Ó Jesus, Filho Unigênito de Deus e da Virgem Imaculada, que pela salvação do mundo quisestes ser reprovado pelos judeus, atado com cordas, conduzido ao matadouro como um cordeiro, apresentado injustamente aos juízes Anás, Caifas, Pilatos e Herodes, acusado por falsas testemunhas, ferido com pancadas, saciado de opróbrios e injúrias, cuspido no Rosto, açoitado barbaramente, coroado de espinhos, condenado à morte, despojado dos vestidos, pregado com toda a crueldade na Cruz, suspenso entre dois ladrões, vexado com fel e vinagre, abandonado em tormentosa agonia e, finalmente, traspassado por uma lança: por estes tormentos, Senhor, dos quais nós, indignos filhos Vossos, agora com devoção, gratidão e amor nos lembramos, e pela Vossa Santíssima Morte na Cruz, livrai-nos das penas do inferno, e dignai-Vos conduzir-nos ao Paraíso, aonde levastes conVosco o Bom Ladrão. Tende piedade de nós, ó Jesus, que com o Pai e o Espírito Santo viveis e reinais, por todos os séculos dos séculos. Amém.
O Catecismo da Igreja ensina-nos que:
§632 – As frequentes afirmações do Novo Testamento segundo as quais Jesus “ressuscitou dentre os mortos” (1Cor 15,20) pressupõem, anteriormente à ressurreição, que este tenha ficado na Morada dos Mortos. Este é o sentido primeiro que a pregação apostólica deu à descida de Jesus aos Infernos: Jesus conheceu a morte como todos os seres humanos e com sua alma esteve com eles na Morada dos Mortos. Mas para lá foi como Salvador, proclamando a boa notícia aos espíritos que ali estavam aprisionados.
§633 – A Escritura denomina a Morada dos Mortos, para a qual Cristo morto desceu, de os Infernos, o Sheol ou o Hades. Visto que os que lá se encontram estão privados da visão de Deus. Este é, com efeito, o estado de todos os mortos, maus ou justos, à espera do Redentor que não significa que a sorte deles seja idêntica, como mostra Jesus na parábola do pobre Lázaro recebido no “seio de Abraão”. “São precisamente essas almas santas, que esperavam seu Libertador no seio de Abraão, que Jesus libertou ao descer aos Infernos”. Jesus não desceu aos Infernos para ali libertar os condenados nem para destruir o Inferno da condenação, mas para libertar os justos que o haviam precedido.
§634 – “A Boa Nova foi igualmente anunciada aos mortos…” (1Pd 4,6). A descida aos Infernos é o cumprimento, até sua plenitude, do anúncio evangélico da salvação. É a fase última da missão messiânica de Jesus, fase condensada no tempo, mas imensamente vasta em sua significação real de extensão da obra redentora a todos os homens de todos os tempos e de todos os lugares, pois todos os que são salvos se tomaram participantes da Redenção.
§635 – Cristo desceu, portanto, no seio da terra, a fim de que “os mortos ouçam a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem vivam” (Jo 5,25). Jesus, “o Príncipe da vida”, “destruiu pela morte o dominador da morte, isto é, O Diabo, e libertou os que passaram toda a vida em estado de servidão, pelo temor da morte” (Hb 2,5). A partir de agora, Cristo ressuscitado “detém a chave da morte e do Hades” (Ap 1,18), e “ao nome de Jesus todo joelho se dobra no Céu, na Terra e nos Infernos” (Fl 2,10).
De uma antiga Homilia no grande Sábado Santo
Ele vai, antes de tudo, à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Faz questão de visitar os que estão mergulhados nas trevas e na sombra da morte. Deus e seu Filho vão ao encontro de Adão e Eva cativos, e agora libertos dos sofrimentos.
O Senhor entrou onde eles estavam, levando em suas mãos a arma da cruz vitoriosa. Quando Adão, nosso primeiro pai, o viu, exclamou para todos os demais, batendo no peito e cheio de admiração: “O meu Senhor está no meio de nós”. E Cristo respondeu a Adão: “E com teu espírito”. E tomando-o pela mão, disse: “Acorda, tu que dormes, levante dentre os mortos, e Cristo te iluminará. Eu sou o teu Deus, que por tua causa me tornei teu filho; por ti e por aqueles que nasceram de ti, agora digo, e com todo o meu poder, ordeno aos que estavam na prisão: “Saí!”; e aos que jaziam nas trevas: “Vinde para a luz!”; e aos entorpecidos: “Levantai-vos!”
Eu te ordeno: Acorda, tu que dormes, porque não te criei para permaneceres na mansão dos mortos. Levanta-te, obra de minhas mãos; eu sou a vida dos mortos. Levanta-te, obra das minhas mãos; levanta-te, ó minha imagem, tu que foste criado à minha semelhança. Levanta-te, saiamos daqui; tu em mim e eu em ti, somos uma só e indivisível pessoa.
Por ti, eu, o teu Deus, me tornei teu filho; por ti, eu, o Senhor, tomei tua condição de escravo. Por ti, eu, que habito no mais alto dos céus, desci à terra, e fui mesmo sepultado abaixo da terra; por ti, feito homem, tornei-me como alguém sem apoio, abandonado entre os mortos. Por ti, que deixaste o jardim do paraíso, ao sair de um jardim fui entregue aos judeus e num jardim, crucificado.
Vê em meu rosto os escarros que por ti recebi; para restituir-te o sopro da vida original. Vê nas minhas faces as bofetadas que levei para restaurar, conforme à minha imagem, a tua beleza corrompida. Vê em minhas costas as marcas dos açoites que suportei por ti para retirar dos teus ombros os pesos dos pecados. Vê minhas mãos fortemente pregadas à árvore da cruz, por causa de ti, como outrora estendeste levianamente tuas mãos para a árvore do paraíso.
Adormeci na cruz e por tua causa a lança penetrou no meu lado, como Eva surgiu do teu, ao adormeceres no paraíso. Meu lado curou a dor do teu lado. Meu sono vai arrancar-te do sono da morte. Minha lança deteve a lança que estava voltada contra ti.
Levanta-te, vamos daqui. O inimigo te expulsou da terra do paraíso; eu, porém, já não te coloco no paraíso mas num trono celeste. O inimigo afastou de ti a árvore, símbolo da vida; eu, porém, que sou a vida, estou agora junto de ti. Constituí anjos que, como servos, te guardassem; ordeno agora que eles te adorem como Deus, embora não sejas Deus. Está preparado o trono dos querubins, prontos e a postos os mensageiros, constituído o leito nupcial, preparado o banquete, as mansões e os tabernáculos eternos adornados, abertos os tesouros de todos os bens e o reino dos céus preparado para ti desde toda a eternidade.”
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Bento XVI encontra "confrarias"
Queridos irmãos e irmãs!
Apraz-me as boas-vindas e saúdo todos vós, que representam o mundo ideal ampla e variada Confrarias presentes em cada região e diocese da Itália. Eu aplaudo os bispos que estão com você e, especialmente, o bispo Armando Brambilla, Bispo Auxiliar de Roma e delegado da Conferência Episcopal Italiana para as confrarias e associações, agradecendo-lhe por suas palavras em seu nome. Congratulo-me com o Sr. Francesco Antonetti, presidente da Confederação reúne as confrarias italianas, e membros dos conselhos de administração e seus capelães. Queridos amigos, vocês estão reunidos na Place Saint-Pierre com características de suas roupas, uma reminiscência de antigas tradições cristãs enraizada no povo de Deus. Obrigado por sua visita, que será uma demonstração de fé e sincero ao mesmo tempo, um gesto que expressa um apego filial ao Sucessor de Pedro.
Como não lembrar de imediato a importância ea influência que as confrarias foram realizadas nas comunidades cristãs na Itália nos primeiros séculos do milênio passado? Muitos deles criados por pessoas cheias de zelo, rapidamente tornou-se comícios de fiéis leigos dedicada a realçar várias características da religiosidade popular ligada à vida de Jesus Cristo, especialmente sua paixão, morte e ressurreição e da devoção à Virgem Maria e os Santos, unindo quase sempre de obras concretas de piedade e solidariedade. Assim, desde o início, sua confrarias foram distinguidos pelas suas formas típicas da piedade popular, que se juntou a inúmeras iniciativas de caridade para os pobres, os doentes e sofredores, ao participarem nesta corrida ajuda generosa de muitos voluntários de todas as esferas da vida. Compreendemos melhor o espírito do amor fraterno, se levarmos em conta que eles começaram a aparecer durante a Idade Média, quando não havia mais formas organizadas de assistência social e médica às camadas mais comunidades pobres. Esta situação tem continuado ao longo dos séculos que se seguiram, um pouco de nosso tempo, porque apesar de o crescimento do bem-estar econômico, áreas de pobreza não desapareceram. Então, agora como no passado, ainda há muito a ser feito no domínio da solidariedade.
As confrarias ainda não são simples, sociedades de auxílio mútuo ou de caridade, mas um conjunto de irmãos que querem viver o Evangelho com a consciência de ser uma parte viva da Igreja, com a intenção de praticar o mandamento do amor, que cresce para abrir seu coração aos outros, especialmente aqueles que estão em dificuldade. O amor evangélico - amor a Deus e aos irmãos - é a marca do programa e na vida de cada discípulo de Cristo, como de cada comunidade eclesial. Nas Escrituras, é claro que o amor de Deus está intimamente ligado ao amor ao próximo (cf. Mc 12:29 -31). "A caridade - Eu escrevi na Encíclica Deus caritas est - não para a Igreja uma espécie de actividade de assistência social que poderia deixar para os outros, mas pertence à sua natureza É uma expressão da sua própria essência, que ela não pode perdoar "(n. 25). . Para se comunicar com os irmãos providência amorosa de nosso Pai celeste, no entanto, é necessário chamar a partir da fonte, que é o próprio Deus, com paragens longas em oração, ouvindo constantemente a sua palavra e uma vida completamente centrada o Senhor e alimentada pelos sacramentos, especialmente da Eucaristia.
Nesta época de grandes mudanças que estamos experimentando, a Igreja na Itália também precisam de vós, queridos amigos, para enviar o anúncio do Evangelho da caridade para todos, passando por canções antigas e novas. Enraizado no sólido fundamento da fé em Cristo, seu Confrarias digno de louvor, com a multiplicidade de seus dons únicos e vitalidade eclesial que os caracteriza, para continuar a espalhar a mensagem de salvação no meio do povo, trabalhando em múltiplas fronteiras da nova evangelização! Você pode completar a sua importante missão, se você nunca crescer um profundo amor pelo Senhor e obediência dócil a seus pastores. Nestas circunstâncias, a manutenção de uma forte boas qualidades do évangélicité "e" eclesialidade ", a sua Confrarias continuam a ser escolas populares de fé vivida e cadinhos de santidade, e eles vão continuar a estar na companhia "fechado" e "fermento" Evangelho e ajudar a conduzir este despertar espiritual que todos nós queremos.
Queridos amigos, a área onde você trabalha é extensa e encorajo-vos a multiplicar as iniciativas e actividades de cada um de seus fraternidade. Peço-vos especialmente para cuidar da sua formação espiritual e alcançar a santidade, segundo a fé exemplos de perfeição cristã, que não faltam na história de sua fraternidade. Muitos de seus colegas, com coragem e fé, que se distinguiram ao longo dos séculos, como servos sincero e generoso do Evangelho, por vezes sacrificando suas vidas. Siga seus passos! Hoje, é necessário continuar a cultivar um verdadeiro impulso ascético e missionário para enfrentar os muitos desafios dos tempos modernos. Que a Virgem Santa protegê-lo e orientá-lo e santos seu patrono ajudá-lo do céu! Com estes sentimentos, expressar-lhe aqui e cada Confraria da Itália desejo de um apostolado frutífero, e enquanto eu lhe asseguro a minha lembrança na oração, abençoo-vos a todos com carinho.
[© Copyright du texte original plurilingue : Libreria Editrice Vaticana - [Copyright © original da multilingue: Libreria Editrice Vaticana -- Traduction réalisée par Zenit] Tradução feita por Zenit]
domingo, 20 de setembro de 2009
terça-feira, 15 de setembro de 2009
As profecias de Simeão sobre Jesus (Lucas, 2, 34-35)
A fuga da Sagrada Família para o Egito (Mateus, 2, 13-21);
O desaparecimento do Menino Jesus durante três dias (Lucas, 2, 41-51);
O encontro de Maria e Jesus a caminho do Calvário (Lucas, 23, 27-31);
Maria observando o sofrimento e morte de Jesus na Cruz (João, 19, 25-27);
Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mateus, 27, 55-61);
Maria observa o corpo do filho a ser depositado no Santo Sepulcro (Lucas, 23, 55-56).
domingo, 30 de agosto de 2009
Nova Capela do Santo Sepulcro ou do Senhor Morto
sábado, 29 de agosto de 2009
segunda-feira, 1 de junho de 2009
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Stabat Mater
Stabat Mater dolorosa
Cuius animam gementem
O quam tristis et afflicta
Quae maerebat et dolebat
Quis est homo qui non fleret,
Quis non posset contristari,
Pro peccatis suae gentis
Vidit suum dulcem Natum
Christe, cum sit hinc exire,
segunda-feira, 18 de maio de 2009
domingo, 17 de maio de 2009
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Barcelos reviveu aparecimento da Santa Cruz
Procissão Senhor das Chagas - Sesimbra 2009
A Igreja celebrou a festa da Vera Cruz em 3 de Maio até ao ano de 1960 e ainda hoje é costume em muitas aldeias portuguesas, colocar no exterior das casas, uma Cruz enfeitada de flores, no dia 3 de Maio que continua a ser para muitos o “Dia da Vera Cruz” ou da "Bela Cruz".
A Cruz de Cristo é o símbolo do cristão. Nós a contemplamos no cimo das igrejas, sobre os altares, no topo das montanhas, à beira das estradas, em todas as casas dos cristãos. Muitos a trazem consigo. Convém, porém, que cada um se lembre de que melhor do que ter o Crucifixo é ter Cristo fixo lá bem dentro do coração! São Paulo ensina: “quanto a nós, devemos, gloriar-nos na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, nEle está a nossa salvação, vida e ressurreição. Por Ele fomos salvos e livres” (Gl 6,14). A Liturgia assim saúda a Cruz de Jesus: “Doce Lenho, doces cravos, que precioso fardo suportais! Somente tu foste digna, ó Cruz, de sustentar o Senhor e Rei dos céus”!
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Devoção e tradição na Procissão do Enterro do Senhor
Já noite cerrada a procissão do Senhor Morto teve início na Casa de Oração de S. Jerónimo do Mato. O cheiro a rosmaninho enchia o ar, e as ruas estavam, decoradas com flores e velas. Criou-se assim mais uma vez a atmosfera ideal para recordar que naquele dia morreu o Senhor.
Mesmo os que não professam a religião católica parecem ficar sensibilizados com todo aquele ritual. Um misto de dor e beleza enfeita todo o percurso, os populares, como o fazem para outras procissões, enfeitam as ruas para fazer daquela procissão um dos marcos do ano, e esmeraram-se para que as ruas devidamente ornamentada, dando mostras do seu carinho e entusiasmo para com esta sua tradição renascida e única no concelho de Alenquer.
O barulho da “matraca”, que anunciava a passagem do cortejo, e a Fanfarra dos Bombeiros da Castanheira, que com a marcha em tons fúnebres assinalava a passagem da procissão, presidida pelo diácono Alfredo, que já à três anos acompanha esta procissão, e que referiu no seu sermão a sua admiração pelo crescimento desta manifestação religiosas, bem como a sua importância para reaproximar as populares à Igreja, exortando para a necessidade dos cristão participarem activamente nas celebrações semanais, se não fora esta sentida pregação que produziu efeito em muitos dos presentes, esta procissão teria sido simplesmente mais uma.
Esta procissão teve ainda a participação da Confraria da Cruz Nova e de Nª Sª dos Prazeres de Aldeia Galega e da Irmandade dos Passos de Nº Sº Jesus Cristo de Alenquer, que depois da procissão puderam ter um momento de convívio entre estas três terras que organizam as várias procissão ao longo da Quaresma.
As ruas encheram-se de populares para admirar e participar no cortejo. Deu-se assim vida, mais uma vez, a uma das muitas emblemáticas tradições portuguesa, que marca a fé e memória de que nelas participam.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
quinta-feira, 30 de abril de 2009
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Poema à Procissão do Senhor Morto
Vão lá as autoridades,
A Procissão do Triunfo de Lisboa
Uma das procissões mais concorridas de Lisboa fazia-se no Chiado, no Domingo de Ramos, até 1722, altura em que passou a ter lugar na sexta-feira anterior ao Domingo de Ramos. A regularidade da Procissão foi interrompida em 1755 devido ao Terramoto que causou a destruição do convento e das imagens e, em 1834, em virtude da expulsão das ordens religiosas e consequente encerramento dos conventos.
A ordem da procissão era a seguinte: Guião levado pelos Terceiros do Carmo; Imagem do Senhor orando no Horto; Senhor Preso; Senhor açoitado, preso à coluna; Senhor da Cana Verde; Senhor "Ecce Homo"; Senhor dos Passos; Senhor Crucificado; Esquife do Senhor morto, sob o Palio; Nossa Senhora das Dores; Pároco acolitado por dois sacerdotes paramentados de roxo; Priores, ministros e comissários das Ordens Terceiras. A encerrar o préstito ia uma guarda de honra, composta por 150 Praças da Guarda Municipal, seguida respectiva banda. À frente de cada andor ia uma criança vestida de anjo segurando a insígnia da Paixão evocada pelo andor.
Esta Procissão da Via-sacra começou em 1670 e terminou em 1908, proibida pelo Governo Civil.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Procissão do Enterro - Histórial
Entre as manifestações de piedade popular da sexta-feira santa, além da via-sacra, sobressai a procissão do «Senhor Morto» ou como também é chamado «Enterro do Senhor». Ela volta a propor, nos módulos próprios da piedade popular, o pequeno cortejo de amigos e discípulos que, depois ter deposto da Cruz o corpo de Jesus, o levam ao lugar em que estava «o sepulcro talhado na rocha, onde ainda ninguém tinha sido sepultado» (Lc 23, 53).
Esta procissão estabeleceu-se, em Portugal pela devoção dos fiéis nos fins do século XV e princípios do século XVI.
Foi trazida de Jerusalém pelo Padre Paulo de Portalegre e começou a fazer-se, no Convento de Vilar de Frades, arcebispado de Braga, de 1500 a 1510, onde se estendeu a todas as Catedrais de Portugal.
Começou, pois esta procissão, a ser feita como Santíssimo Sacramento, como ainda hoje se realiza na catedral de Braga.
Em 1518, já o Missal Bracarense mencionava o rito desta procissão, com o Santíssimo Sacramento, o que no Missal de 1512 não se verifica.
Vejamos como era feita esta procissão com o Santíssimo Sacramento. A procissão era realizada com uma das hóstias consagradas na Missa solene de Quinta-feira Santa e que, tendo sido exposta à adoração dos fiéis na tarde e noite desse dia e manha da Sexta-feira, é conduzida processionalmente para o túmulo onde se conserva até à aurora do Domingo de Páscoa. Dai era levada em triunfo cantando-se as alegrias pascais. Esteve esta procissão muito difundida em Portugal e foi seguida durante muitos anos no Rito Romano.
Caída em desuso entre nós, ela foi substituída por outra como imagem do Senhor Morto, e procurando respeitar «as horas próprias e mais convenientes» para «a maior devoção e maior fruto dos fiéis», como indicou a Nova Ordem da Semana Santa, em 1952.
O cortejo viria, no entanto, a sofrer outras modificações ao longo dos séculos, aliando o espírito penitencial à teatralidade, surgiram algumas figurações bíblicas, assinalando algumas cenas do Antigo e do Novo Testamento, como por exemplo: Isaac com a lenha e Abraão, São Pedro, Maria Madalena…
O espírito da contra reforma foi reduzindo as figurações substituindo-as por figuras esculpidas representando as santas personagens.
A Procissão passou a ter uma maior sobriedade e rigidez; abria com o Andador que levava a matraca, depois a Cruz grande sem imagem e sem título, com uma toalha pendente dos braços da cruz, simbolizado a descida de Cristo da Cruz., era acompanhada por duas velas de cera amarela. A irmandade seguia atrás da cruz formando duas alas, levando a cabeça coberta com o capuz da opa e segurando tochas ou velas de cera amarela.
É tradicional levar nesta procissão os Martírios do Senhor, que são conduzidos por crianças vestidas de anjos ou por outras figuras bíblicas.
O responsório do livro das lamentações (Lm1, 12), entoado pela Verónica, nas diversas paragens ao longo do percurso, evoca a dor desesperada de alguém que perdeu o ser mais querido. É curioso notar que, em algumas zonas de Portugal, esse cântico é ainda hoje interpretado por uma mulher representando a Verónica que, por falta de conhecimentos em latim, se limita a entoá-lo musicalmente, reproduzindo a melodia sem qualquer palavra.
« O vos omnes, qui trasistis per viam,
Attendite, et videre is est dolor
similis sicut dolor meus.
Attendite, universi populi et videre dolorem meum
Si est dolor similis sicut dolor meus.»
À frente do palio, seguiam um ou dois turíbulos incensando o ambiente criando uma atmosfera digna da passagem do esquife com o Senhor Morto, sob o palio e rodeado de lanternas ou tochas, este incenso usado era um incenso especial, que só era usado neste dia, chamado Benjoim ou Beijoim, que lembrava os aromas com que embalsamaram o corpo de Nosso Senhor.
A imagem do Senhor Morto será colocada um esquife ou ataúde, o mais artístico possível, deitada sobre um pano de seda roxa.
Depois seguia o celebrante e os ministros, noutros locais é habito seguirem depois dos andores. Por fim, o andor de Nossa Senhora da Soledade, que costuma ir de roxo, e manto azul, e no sul habitualmente de preto. Em varias zonas acompanham também o andor de São João e o de Santa Maria Madalena, sendo cada andor acompanhado de lanternas. A encerrar o cortejo ia três mulheres carpideiras, vestidas de negro, que o povo chamava “as três Marias do behu”, pela lamentação exageradamente ruidosa que entoavam: «Heu Heu Domine, Heu Salvator Noster» (Ai! Ai! Senhor, ai! Nosso salvador!)
A Procissão do Enterro terminava após a cerimónia da Tumulação do Senhor. Que consistia no seguinte, ao chegar à igreja, o celebrante e o povo ajoelhavam-se, e dois seguravam a imagem, elevando-a três vezes perante o povo, enquanto o celebrante incensava a imagem, depois depositando-a em seguida no túmulo, em cima do Altar ou da banqueta, e, após ter entoado os responsórios, encerrava-se o túmulo, ou, caso não houvesse, cobria-se a imagem com um pano, reinando o mais profundo silêncio no templo.
Há o costume nalguns lugares de espalhar rosmaninho e alecrim pelo chão da igreja o que dá ao templo com o seu perfume característico um ar muito especial, que não se deve deixar perder.