segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Semana Santa Zamora. El Yacente. 1993.

BENTO XVI - Carta aos Seminaristas - nº4

Mantende em vós também a sensibilidade pela piedade popular, que, apesar de diversa em todas as culturas, é sempre também muito semelhante, porque, no fim de contas, o coração do homem é o mesmo. É certo que a piedade popular tende para a irracionalidade e, às vezes, talvez mesmo para a exterioridade. No entanto, excluí-la, é completamente errado. Através dela, a fé entrou no coração dos homens, tornou-se parte dos seus sentimentos, dos seus costumes, do seu sentir e viver comum. Por isso a piedade popular é um grande património da Igreja. A fé fez-se carne e sangue. Seguramente a piedade popular deve ser sempre purificada, referida ao centro, mas merece a nossa estima; de modo plenamente real, ela faz de nós mesmos «Povo de Deus».


E aqui fica um grande exemplo, do que o Papa nos disse hoje!!!
Fé, tradição, cultura, evangelização...

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Nossa Senhora do Rosário


Os difusores da devoção ao Rosário de Nossa Senhora foram os dominicanos, que também criaram as confrarias do Rosário. Isto se deve ao fato de Nossa Senhora, aparecendo a São Domingos, fundador da Ordem, indicar-lhe a recitação do Rosário como uma arma eficaz de conversão.

São Pio V, papa dominicano, foi o primeiro a incentivar e recomendar oficialmente a recitação do Rosário, que deveria ser feita à noite em família. Porém, segundo a tradição, o Rosário nasceu muito antes disso, na época medieval, simbolizando uma grinalda de rosas oferecida a Nossa Senhora, como uma forma de expressar o grande amor e devoção dos cristãos pela Virgem Maria.

Durante a meditação sobre os mistérios da Vida de Cristo e a recitação seguida das Ave-Marias e Pais-Nossos quando rezamos o terço, nos colocamos em sintonia com os nossos problemas e aflições, e permitimos que nossas súplicas cheguem ao céu para que Nossa Senhora interceda por nós junto a Deus Pai.

Em 1571, para comemorar a vitória na batalha de Lepanto, contra os turcos, São Pio V instituiu a festa inicialmente chamada de Santa Maria da Vitória, estendida em 1716, a toda Igreja Católica e depois chamada de festa de Nossa Senhora do Rosário.




















quarta-feira, 15 de setembro de 2010























Stabat Mater



Estava a Mãe dolorosa
Junto da Cruz, lacrimosa,
Da qual pendia o seu Filho.

Banhada em pranto amoroso,
Neste transe doloroso,
A dor lhe rasgava o peito.

ó quão triste e quão aflita
Se encontrava a Mãe bendita,
Chorando o seu Unigénito.

Estava triste e sofria
Ë porque ela mesma via
As dores do Filho amado.

Quem não chora, vendo isto,
Contemplando a Mãe do Cristo
Em tão grande sofrimento?

Quem não se contristaria
Vendo a Mãe de Deus, Maria,
Padecendo com seu Filho?

Por culpa de sua gente
Viu a Jesus inocente
Cruelmente flagelado.

Viu seu Pilho muito amado,
Que morria abandonado
Entregando o Seu espírito.

Dá-me, ó Mãe, fonte de amor,
Que eu sinta a força da dor,
Para que eu chore contigo.

Faze arder meu coração
Do Cristo Deus na paixão,
Para que eu sofra com Ele.

Minha Mãe, ó dá-me isto:
Trazer as chagas do Cristo
Gravadas no coração.

Do teu Filho as feridas,
Para meu perdão sofridas,
Vem reparti-las comigo.

Quero contigo chorar
E a cruz compartilhar,
Por toda a minha vida.

Junto à Cruz contigo estar,
Ao teu pranto me associar,
Desejo de coração.

Virgem das virgens, preclara
Não me negues, Mãe tão cara,
Poder contigo chorar.

Que eu viva de Cristo a morte,
Da Paixão seja seu consorte,
Celebrando suas chagas.

Que meu coração magoado,
Pela Cruz apaixonado,
Seja em Seu Sangue remido

Por Maria amparado
Que eu não seja condenado
No dia de minha morte
ó Cristo, que eu tenha a sorte,
No dia de minha morte
Ser levado por Maria.

E no dia em que eu morrer,
Faze com que eu possa ter
A glória do Paraíso.

Amém.

A Mãe de Cristo estava junto à cruz



Dos Sermões de São Bernardo, abade

(Sermo in dom. infra oct. Assumptionis, 14-15:
Opera omnia, ed. Cisterc. 5 [1968], 273-274) (Sec. XII)



O martírio da Virgem é recordado tanto na profecia de Simeão como na história da paixão do Senhor. Diz o santo ancião acerca do Menino Jesus: Este foi predestinado para ser sinal de contradição; e, referindo se a Maria, acrescenta: E uma espada trespassará a tua alma.
Na verdade, ó santa Mãe, uma espada trespassou a vossa alma. Porque nunca ela podia atingir a carne do Filho sem atravessar a alma da Mãe. Depois que aquele Jesus – que é de todos, mas especialmente vosso – expirou, a cruel lança que Lhe abriu o lado, sem respeitar sequer um morto a quem já não podia causar dor alguma, não feriu a sua alma mas atravessou a vossa. A alma de Jesus já não estava ali, mas a vossa não podia ser arrancada daquele lugar. Por isso a violência da dor trespassou a vossa alma, e assim, com razão Vos proclamamos mais que mártir, porque os vossos sentimentos de compaixão superaram os sofrimentos corporais do martírio.
Não foi, porventura, para Vós mais que uma espada aquela palavra que verdadeiramente trespassa a alma e penetra até à divisão da alma e do espírito: Mulher, eis o teu Filho? Oh que permuta! Entregam Vos João em vez de Jesus, o servo em vez do Senhor, o discípulo em vez do Mestre, o filho de Zebedeu em vez do Filho de Deus, um simples homem em vez do verdadeiro Deus. Como não havia de ser trespassada a vossa afectuosíssima alma ao ouvirdes estas palavras, quando a sua simples lembrança despedaça o nosso coração, apesar de ser tão duro como a pedra e o ferro?
Não vos admireis, irmãos, de que Maria seja chamada mártir na sua alma. Admire se quem não se recorda de ter ouvido Paulo mencionar entre as maiores culpas dos pagãos o facto de não terem afecto. Como isso estava longe do coração de Maria! Longe esteja também dos seus servos.
Mas talvez alguém possa dizer: «Porventura não sabia Ela que Jesus havia de morrer?». Sem dúvida. Não esperava Ela que Jesus havia de ressuscitar?». Com toda a certeza. «E apesar disso sofreu tanto ao vê l’O crucificado?». Sim, com terrível veemência. Afinal, que espécie de homem és tu, irmão, e que estranha sabedoria é a tua, se te surpreende mais a compaixão de Maria do que a paixão do Filho de Maria? Ele pôde morrer corporalmente e Ela não pôde morrer com Ele em seu coração? A morte de Jesus foi por amor, aquele amor que nenhum homem pode superar; o martírio de Maria teve a sua origem também no amor, ao qual depois do de Cristo, nenhum outro amor se pode comparar.

terça-feira, 14 de setembro de 2010


Na árvore da cruz estabelecestes a salvação da humanidade,
para que donde viera a morte daí ressurgisse a vida
e aquele que vencera na árvore do paraíso
fosse vencido na árvore da cruz,
por Cristo nosso Senhor.


(prefácio da Exaltação da Santa Cruz)

A cruz é a glória e a exaltação de Cristo



Dos Sermões de Santo André de Creta, bispo
(Sermão 10, na Exaltação da Santa Cruz:

PG 97, 1018-1019.1022-1023) (Sec. VIII)



Celebramos a festa da santa cruz, que dissipou as trevas e nos restituiu a luz. Celebramos a festa da santa cruz, e juntamente com o Crucificado somos elevados para o alto, para que, deixando a terra do pecado, alcancemos os bens celestes. Tão grande é o valor da cruz, que quem a possui, possui um tesouro. E chamo a justamente tesouro, porque é na verdade, de nome e de facto, o mais precioso de todos os bens. Nela está a plenitude da nossa salvação e por ela regressamos à dignidade original.
Com efeito, sem a cruz, Cristo não teria sido crucificado. Sem a cruz, a Vida não teria sido cravada no madeiro. E se a Vida não tivesse sido crucificada, não teriam brotado do seu lado aquelas fontes de imortalidade, o sangue e a água, que purificam o mundo; não teria sido rasgada a sentença de condenação escrita pelo nosso pecado, não teríamos alcançado a liberdade, não poderíamos saborear o fruto da árvore da vida, não estaria aberto para nós o Paraíso. Sem a cruz, não teria sido vencida a morte, nem espoliado o inferno.
Verdadeiramente grande e preciosa realidade é a santa cruz! Grande, porque é a origem de bens inumeráveis, tanto mais excelentes quanto maior é o mérito que lhes advém dos milagres e dos sofrimentos de Cristo. Preciosa, porque a cruz é simultaneamente o patíbulo e o troféu de Deus: o patíbulo, porque nela sofreu a morte voluntariamente; e o troféu, porque nela foi mortalmente ferido o demónio, e com ele foi vencida a morte. E deste modo, destruídas as portas do inferno, a cruz converteu se em fonte de salvação para todo o mundo.
A cruz é a glória de Cristo e a exaltação de Cristo. A cruz é o cálice precioso da paixão de Cristo, é a síntese de tudo quanto Ele sofreu por nós. Para te convenceres de que a cruz é a glória de Cristo, ouve o que Ele mesmo diz: Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus foi glorificado n’Ele e em breve O glorificará. E também: Glorifica me, ó Pai, com a glória que tinha junto de Ti, antes de o mundo existir. E noutra passagem: Pai, glorifica o teu nome. Veio então uma voz do Céu: ‘Eu O glorifiquei e de novo O glorificarei’.
E para saberes que a cruz é também a exaltação de Cristo, escuta o que Ele próprio diz: Quando Eu for exaltado, então atrairei todos a Mim. Como vês, a cruz é a glória e a exaltação de Cristo.



domingo, 12 de setembro de 2010

De regresso das Férias...

Durantes estes últimos meses, pode-se dizer que o nosso blog SEMANAS SANTAS esteve de férias. Mas agora um novo ano de trabalho começa a iniciar-se, durante este tempo de férias ficou registada a visita ao Museu da Semana Santa de Zamora, o que para nós foi uma grande alegria ter visitado esta cidade e este museu.
Dejamos algumas imagens dessa visita.


terça-feira, 22 de junho de 2010

JMJ Madrid 2011: com a presença das irmandades e confrarias de Semana Santa



Atentado ao Senhor de Sevilha



A Irmandade do Grande Poder de Sevilha anunciou hoje a um conselho nos próximos dias para os irmãos para discutir os aspectos de apresentação do processo contra Luis C.O., 37 anos, que o passado Domingo foi preso depois de quebrar um braço da imagem de Jesus do Grande Poder, no final da missa na Basílica de San Lorenzo, em Sevilha.

O Provedor da Irmandade do Grande Poder, Enrique Esquivias, também disse, "algo que temos que fazer" em relação à segurança da imagem, mas "sem prejuízo já concordou em tomar qualquer medida provisória para reforçar a segurança ", vai gastar algum tempo para decidir" frio "e ver a acção nesta matéria.

"Não há dúvida de que depois do que aconteceu deve ser feita para reflectir com calma e serenidade", disse Esquivias, que por sua vez influenciam a dificuldade da decisão a adoptar, uma vez que "não é fácil para combinar a segurança da escultura com a fé dos devotos. "

Quanto à apresentação do Grande Poder e repressão quando o Tribunal foi enviado para a decisão do conselho - e do Conselho de Administração reuniu-se em um excepcional imediatamente após o ataque - salientando que, em qualquer caso, "não há tempo para pensar, uma vez que esta não é uma urgência ou prioridade."

Como para a reparação e restauração do culto da Imagem - o que prejudica ainda não estão quantificados, embora haja seguros para cobrir esta eventualidade - Esquivias enfatizou que, desde a guilda ainda não definitiva e sem data, "estima", confirmou nos últimos tempos e em que "nenhuma inconveniência ou contratempos que o Senhor poderia voltar em questão de dias no final desta semana." " também confirmam que o trabalho está indo bem e que nenhum dano significativo", acrescentou.

O ataque à escultura de Nuestro Padre Jesús del Gran Poder, também conhecido como "O Senhor de Sevilha" - uma das imagens mais universal religioso, datado de 1620 e atribuída a Juan de Mesa - levou a uma importante reação popular nos fóruns de Internet. Neste sentido, a rede social tem abraçado cyber Tuenti a convocação de um evento pelo qual ele chama de "todos os cristãos" a uma concentração que terá lugar às 21:00 horas de amanhã na Praça de San Lorenzo, como um sinal protesto contra o ataque.

Na chamada, chamadas para Sevilha para participar do evento e promovê-lo entre muitos usuários da rede, enquanto muitos dos comentários recebidos neste evento revele salientar a atitude do acusado, embora alguns defendam a "não dar mais voltas "com o fundamento de que" era um homem doente ".

Cantar os Martirios - Loriga

Procissão dos Passos em Loriga

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Calvário com 300 anos destruído em Rendufe


Um calvário com 300 anos foi demolido na freguesia de Rendufe, concelho de Amares, uma situação que choca o povo e que semeou o descontentamento entre os irmãos da Confraria de Nosso Senhor dos Passos de Rendufe, que repudiaram ontem tal acto.

“Passei aqui na sexta-feira de manhã (dia 28 Maio) e vi demolir o calvarinho sem ter conhecimento disso. Alertei o pároco e ele veio cá mandar parar a obra”, disse ao ‘Correio do Minho’ Alberto Sousa Fernandes, irmão da confraria.

O monumento, propriedade da confraria, “foi mandado deitar abaixo pelos proprietários da obra que está a ser construída por detrás do calvarinho”, no terreno que lhe está adjacente, explicou Alberto Sousa Fernandes, ‘apontando o dedo’ ao Juiz da Confraria de S. Sebastião, “que sabia da situação e não avisou os restantes irmãos”.

O “povo está descontente por não ter conhecimento desta situação”, tendo sido apanhado de surpresa com a destruição de uma capela com 300 anos, lamentou Alberto Fernandes.
De três e m três anos realiza-se na freguesia de Rendufe a Procissão do Senhor dos Passos a caminho do Calvário, percurso que integra a passagem neste local sagrado, demolido na sema-na passada.

“Este era um ponto importante da procissão”, o último antes da capela, justificou o irmão da confraria, garantindo que para “mudar o calvarinho de sítio têm que se mudar os outros todos também”. “O pároco e o resto dos irmãos tinham que ter conhecimento disto para se poder fazer qualquer coisa”, frisou Alberto Sousa Fernandes, referindo que “os calvarinhos nunca estorvaram a ninguém”.



O calvário faz parte de um conjunto de seis monumentos do género, aos quais se junta a Capela de S. Sebastião, edificada no alto da Avenida do Monte do Calvário.
De acordo com um documento enviado à comunicação social, os associados da confraria decidiram “agendar uma assembleia para decidirem se este acto de autêntica barbaridade deve ou não prosseguir”, sob pena de descaracterizar o percurso de evocação da Procissão do Se-nhor dos Paços.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo

A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao Século XIII. A Igreja Católica sentiu necessidade de realçar a presença real do "Cristo todo" no pão consagrado. A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV com a Bula ‘Transiturus’ de 11 de agosto de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes.




O Papa Urbano IV foi o cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido Diocesano de Liège na Bélgica, que recebeu o segredo das visões da freira agostiniana, Juliana de Mont Cornillon, que exigiam uma festa da Eucaristia no Ano Litúrgico. Conta a história que um sacerdote chamado Pedro de Praga, de costumes irrepreensíveis, vivia angustiado por dúvidas sobre a presença de Cristo na Eucaristia. Decidiu então ir em peregrinação ao túmulo dos apóstolos Pedro e Paulo em Roma, para pedir o Dom da fé. Ao passar por Bolsena (Itália), enquanto celebrava a Santa Missa, foi novamente acometido da dúvida. Na hora da Consagração veio-lhe a resposta em forma de milagre: a Hóstia branca transformou-se em carne viva, respingando sangue, manchando o corporal, os sangüíneos e as toalhas do altar sem no entanto manchar as mãos do sacerdote, pois, a parte da Hóstia que estava entre seus dedos, conservou as características de pão ázimo. Por solicitação do Papa Urbano IV, que na época governava a igreja, os objetos milagrosos foram para Orviedo em grande procissão, sendo recebidos solenemente por sua santidade e levados para a Catedral de Santa Prisca. Esta foi a primeira procissão do Corporal Eucarístico. A 11 de agosto de 1264, o Papa lançou de Orviedo para o mundo católico através da bula Transiturus do Mundo o preceito de uma festa com extraordinária solenidade em honra do Corpo do Senhor.

A festa de Corpus Christi foi decretada em 1264. O decreto de Urbano IV teve pouca repercussão, porque o Papa morreu em seguida. Mas se propagou por algumas igrejas, como na diocese de Colônia na Alemanha, onde Corpus Christi é celebrada desde antes de 1270. A procissão surgiu em Colônia e difundiu-se primeiro na Alemanha, depois na França e na Itália. Em Roma é encontrada desde 1350.

A Eucaristia é um dos sete sacramentos e foi instituído na Última Ceia, quando Jesus disse: ‘Este é o meu corpo...isto é o meu sangue... fazei isto em memória de mim’. Porque a Eucaristia foi celebrada pela 1ª vez na Quinta-Feira Santa, Corpus Christi se celebra sempre numa quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade. Corpus Christi é celebrado 60 dias ápos a Páscoa.

Em Portugal

Em todas as 20 dioceses de Portugal fazem-se solenes procissões a partir da igreja catedral, tal como em muitas outras localidades, que são muito participadas. Estas procissões atingem o seu esplendor máximo em Braga, Porto e Lisboa.

Ordenada por D.Dinis, a festa do Corpus Christi começou a ser celebrada em 1282, embora haja referências à sua comemoração desde os tempos de Dom Afonso III.[1] Em Portugal a festa de longa tradição era antigamente celebrada com danças, folias, e procissões em que sagrado e o profano se misturavam. Representantes de várias profissões, carros alegóricos, diabos, a serpe,a coca, gigantones, ao som de gaitas de foles e outros instrumentos desfilavam pelas ruas. Das danças dos ofícios, em Penafiel ainda se celebra o baile dos ferreiros, o baile dos pedreiros e o baile das floreiras.

Esta celebração tem uma conotação muito forte no Minho, particularmente em Monção e em Ponte do Lima. Em Ponte de Lima a tradição d´O Corpo de Deus perdura já há vários séculos. O Corpo de Deus é celebrado no 60º dia após a Páscoa, ou mais correctamente na Quinta-feira que se segue ao Domingo da Santíssima Trindade (que por sua vez é o primeiro Domingo a seguir ao Pentecostes) seguindo a norma canónica. a diferença prende-se no facto de no dia posterior ao feriado nacional, se realizar uma celebração, própria e exclusiva da vila, tendo sido decretado desde 1977 feriado para todos os Limianos. As celebrações do Corpo de Deus realizam-se durante todo o dia, sendo os Limianos presenteados com uma procissão da parte da manhã e outra da parte da tarde em volta da vila e uma missa para todos os habitantes do Concelho no próprio dia, sempre ao meio dia(12h00), na Igreja Matriz.

Em Braga, é também tradição desde 1923 a presença massiça de Escuteiros do Corpo Nacional de Escutas - Escutismo Católico Português, pois foi nessa procissão que os mesmos se apresentaram em público naquele ano.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

A Festa do Corpus Cristi e as diferentes tradições Populares

Em Ponte de Lima: touro de 400 quilos à espera de corajosos



Um touro de 400 quilos vai andar quarta feira pelas ruas de Ponte de Lima, preso por cordas, a "investir" contra os transeuntes mais corajosos, numa tradição que todos os anos se repete em vésperas do dia do Corpo de Deus.

Trata-se de mais uma edição da Vaca das Cordas, uma "tourada" que começa pelas 18:00.

O touro, controlado por cerca de dezena e meia de pessoas e preso por duas cordas, é conduzido até à Igreja Matriz e preso à janela de ferro da Torre dos Sinos, sendo-lhe dado um banho de vinho tinto da região, "lombo abaixo, para retemperar forças".

Depois, dá três voltas à igreja, sempre com percalços e muitos trambolhões à mistura dos populares que ousam enfrentá-lo, após o que é levado para o extenso areal da vila, onde tem lugar a verdadeira "tourada" ao ar livre.

Ao anoitecer, o animal é recolhido, sendo posteriormente abatido num matadouro para a carne ser comercializada num talho de Ponte de Lima.

A mais antiga referência que se conhece desta tradição remonta a 1646, quando um código de posturas abrigava os moleiros do concelho (ministros de função) a conduzir, presa por cordas, uma vaca brava, sob condenação de 200 reis pagos na cadeia.




Em Monção:
Combate da Coca "decide" ano agrícola




Monção revive quinta feira o Combate da Coca, uma luta entre o bem e mal que todos os anos se realiza no Dia do Corpo de Deus e que, segundo a crença popular, dita a sorte das colheitas.

O bem é personificado por S. Jorge (um agente da GNR montado num cavalo branco) e o mal por um dragão chamado "Coca".


Empurrado por cerca de meia dúzia de funcionários da autarquia, o bicho, pintado de verde, deita fumo pelas orelhas, tem a cabeça móvel e as goelas bem abertas, fazendo uma figura que muitas vezes assusta o cavalo e torna a vida difícil a S. Jorge.

O "bem" só é declarado vencedor se conseguir desferir golpes certeiros na língua e nas orelhas da "Coca", o que nem sempre é conseguido, precisamente por causa dos medos do cavalo.

Segundo a crença popular, este combate dita a sorte das colheitas e sementeiras no concelho, que serão boas se S. Jorge ganhar e más se o vencedor for a Coca.

O combate da Coca tem início marcado para as 18:30 no anfiteatro do Souto e é sempre o momento mais aguardado da Festa do Corpo de Deus, as festas concelhias.

Antes do combate, sai para a rua a procissão do Corpo de Deus, que decorre sobre extensos tapetes floridos e que integra as cruzes e os incensários (vasos de metal pendentes de cadeias nos quais se queimam substâncias aromáticas) das 33 freguesias do concelho.

Dado o apego à terra da população local, a procissão integra ainda o chamado "Boi Bento", animal enfeitado e bem tratado, que vai na procissão, homenageando "o grande companheiro" das lides da lavoura.

As principais novidades da festa deste ano são o cortejo etnográfico, um encontro de corais e um festival de bandas filarmónicas.

Procissão do Corpus Christi

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Festas do Espirito Santo em Alenquer


As antigas festas imperiais do Espírito Santo, porventura as maiores do concelho, aconteciam em terras de Alenquer. Atraíam a presença da Corte e de forasteiros, a julgar pela dimensão das iguarias com que se faziam, por volta do Domingo de Páscoa até ao dia do Espírito Santo (Domingo de Pentecostes).

Começaram a perder importância no séc. XVIII. Reconhecidas por todos, estes festejos atribuem-se provavelmente aos franciscanos em 1323, ainda que a Rainha Isabel de Aragão e o Rei D. Diniz, seu marido, os tenham favorecido. O culto e os festejos do Espírito Santo alcançaram tão grande aceitação popular, que deram origem em todo o país a inúmeras igrejas, conventos, ermidas, capelas e confrarias com essa invocação.

Os anos seguintes deram expressão às «Festas do Império» e da «Coroação do Espírito Santo» por todo o território e também pelo Portugal das descobertas, estando ainda nos arquipélagos, Madeira e Açores, bem vivas.

Interrompidas há perto de 200 anos em Alenquer, reconstituíram-se por uma única vez em 1945, para renascerem em 2007, sob o lema “o Espírito Santo sopra onde quer”.

«Renascidas em 2007, após longos meses de adormecimento, as festas do Império do Divino Espírito Santo voltam, este ano, a destacar-se no calendário das realizações religiosas e culturais da vila “Presépio de Portugal”. A edição de 2010 é dedicada aos Açores, prestando assim Alenquer homenagem ao povo açoriano que tem contribuído para a divulgação do culto. Do programa vão constar as largadas de touros à corda, com a colaboração dos especialistas açorianos e um restaurante alenquerense vai dedicar o fim-de-semana de 22 e 23 de Maio à gastronomia açoriana. As festas são uma iniciativa da Câmara Municipal, das Paróquias de Alenquer e da Santa Casa da Misericórdia.» (Fonte: Tinta Fresca)



04-04-2010 - Domingo de Páscoa

12:00 Missa Solene da Páscoa iniciando-se com a Procissão das Insígnias do Espírito Santo para a Igreja de São Francisco Igreja da Misericórdia

10-04-2010 - Sábado

21:30 Grupo Vocal ARSIS
Igreja do Espírito Santo

11-04-2010 - Domingo

15:00 Festa da Solidariedade “O Espírito sopra onde quer”
Jardim Vaz Monteiro
17-04-2010 - Sábado

21:30 Coro do Laboratório Nacional Engenharia Civil
Igreja do Espírito Santo

18-04-2010 - Domingo

15:00 Festa da Solidariedade “O Espírito sopra onde quer”
Jardim Vaz Monteiro
24-04-2010 - Sábado
21:30 Coro Polifónico de Cascais
Igreja do Espírito Santo
01-05-2010 - Sábado

21:30 Coro Polifónico Jubilare
Igreja do Espírito Santo

02-05-2010 - Domingo

16:00 Conferência “Toirada à Corda, Origem e Tradição" Apresentação das Actas do Colóquio de 2009 (Encontro numa Tarde de Domingo)
Museu João Mário
17:00 Festa da Solidariedade “O Espírito sopra onde quer”
Jardim Vaz Monteiro
08-05-2010 - Sábado
21:30 Grupo Coral “ARS Música”
Igreja do Espírito Santo
09-05-2010 - Domingo
15:00 Festa da Solidariedade “O Espírito sopra onde quer”
Jardim Vaz Monteiro
22-05-2010 - Sábado
12:30 Gastronomia dos Açores
Restaurante D. Nuno
14:30 Documentário “Em Nome do Divino. Açores”
Auditório Damião de Góis
16:00 Toirada à Corda
Largo do Espírito Santo
21:30 Festa da Luz e Vigília de Pentecostes
Igreja do Espírito Santo
23-05-2010 - Domingo de Pentecostes
12:30 Gastronomia dos Açores
Restaurante D. Nuno
12:30 15:00 Missa Solene da Festa do Império do Divino Espírito Santo sob a presidência do senhor D. Tomaz da Silva Nunes, Bispo Auxiliar do Patriarcado de Lisboa
Igreja de São Francisco
18:00 Procissão do Espírito Santo Igreja de São Francisco para o Largo do Espírito Santo
16:30 Bodo - Folia com Tocadores dos Açores, Vida Activa e Vindimeiros
Jardim Vaz Monteiro