quinta-feira, 22 de outubro de 2009



Mortalhas de penitência em Bercianos de Aliste



Em meio do deserto da fronteira entre Portugal e Zamora(Espanha), uma aldeia de quase 200 pessoas celebraram na Sexta-Feira Santa a procissão do Enterro, do mais perturbadora das procissões espanholas. Sob a luz dura do terreno baldio empobrecida, subem uma estrada áspera, homens sozinhos, descalços, cheios de velas e cordas. As mortalhas brancas dos homens Bercianos são costuradas pelas suas esposas e servem de mortalhas para a sepultura.A procissão produzido muito respeito e não medo. Em nenhum canto da Europa poderá ver os homens vestidos de fantasmas, envoltos em vida, de costas, com seu Cristo no caixão de madeira para transporte. No caminho grave para cima, concentrando, com harmonia com o seu canto áspero do tradicional miserere até que giram em torno das cruzes. Em Março, quando o céu está nublado, quando o vento soprava através das planícies ásperas e chuva durou, o desfile de Bercianos foi talvez o melhor cenário da pobreza e da morte. Refira-se que a imagem que o viajante não é o mesmo hoje. Desde o alvorecer da Sexta-feira, 10 horas antes da cerimonia começar, ocupa a aldeia uma grande patrulha da Guarda Civil para organizar o tráfego e estacionamentos difíceis, até mesmo para grandes autocarros provenientes de longe. Provavelmente o único dia em todos os anos quando os guardas visitam aldeia tão pacífica e calma. O ritual de beber .- Ela organiza uma raquete muito, o que você vai fazer. As multidões estão de lá para cá, dois bares modestos na Aldeia, o Panapa, no fundo e o telefone só com o povo e o Jardim, na de cima, são fisicamente impossível distribuir todas as bebidas que estão na demanda. E um sanduíche, que não há nada lá. A cerca de quatro horas, quando os irmãos começam a descer da cruz o Cristo articulo frente da igreja, vestidos como saias e casacos, o público sobe telhados, passeios com os cotovelos sobre as ruas estreitas, falando muito alto e acaba estragando tudo. Os camponeses que justamente reclamam que estragam os telhados dos blocos e paredes de barro.As mulheres e as noivas trazem para fora da cânfora baús da família tradicional as túnicas brancas para seus companheiros na vida, mesmo com delicadas rendas e rendas. Será também seu sudário quando morrem. Os Viúvo, geralmente mais velhos, usam capas muito grossas de pele de cabra cinza ou preto. Contra o frio e a chuva. Talvez também contra a solidão eterna. Eles cantam, o padre na frente, enquanto o descimento do Cristo e organizar a procissão. Depois, em duas linhas, ter uma estrada de terra, rumo noroeste, ainda cantando. Menos de uma milha para cima, é o navio de cruzeiro irá retornar. Mas esses dias a estrada é escoltado por espectadores de todas as esferas: alguns verdadeiros devotos, a maioria dos turistas simples, mas também antropólogos de universidades distantes, as pessoas com dispositivos de vídeo doméstico, profissional gravadores de som, com câmeras e todos os a bagagem de férias. Os penitentes, alguns dos quais estão com os pés descalços ou grilhões dos tornozelos, o consagrado irremediavelmente perdido a compostura e deseja boa olhada para o show, alguns até mesmo colocar gestos de televisão ou levantar a voz muito para distingui-los dos seus irmãos. Fama por um dia. Mas muitos permanecem em sua devoção religiosa, com velas nas mãos e indiferente ao desconforto e agitação, tão certo de Deus.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Rafael e a Caida de Zamora






NO CAMINHO DO CALVÁRIO ou "espanto da Sicília" Raphael de Urbino (1483-1520) Canvas (madeira antiga) (318x229 cm) Escola italiana. Renascença Sec. XVI.



O subtítulo de "Pasmo da Sicília", pelo qual também é chamado de livro popular de corrupção é o nome do lugar de origem, o convento de Santa Maria dello Spasimo "na cidade siciliana de Palermo. Nas colecções reais, a que veio no reinado de Filipe IV, esse quadro foi descrito como "a jóia mais preciosa do mundo. É o cuidado mais de Rafael, em termos de composição e de expressão dos personagens. Na organização da composição da mesa, Rafael passou diante de nossos olhos o caminho da procissão vinda da direita é em direção ao canto inferior esquerdo da cena recortada contra uma paisagem de beleza serena. No personagens distingue a expressão de quem vive intensamente a testemunhar a tragédia, e daqueles que parecem contemplar a queda do imóvel de Cristo.




Diz-se que possivelmente Ramon Alvarez viu a pintura de Rafael "O Pasmo siciliano", antes de conceber a idéia da passagem de "A Queda".










quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Ladainha da Paixão de Cristo (De Santo Afonso de Ligório)


Dulcíssimo Jesus, no Horto das Oliveiras triste até a morte, profundamente angustiado, oprimido de agonia, coberto de suor de Sangue,
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.


Dulcíssimo Jesus, pelo ósculo traidor entregue às mãos dos Vossos inimigos, maltratado, atado e preso com cordas, abandonado pelos discípulos,
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.


Dulcíssimo Jesus, pelo injusto Conselho dos judeus julgado réu de morte, entregue a Pilatos, desprezado e escarnecido pelo ímpio Herodes,
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.


Dulcíssimo Jesus, despido, preso a uma coluna e acoitado cruelmente,
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.


Dulcíssimo Jesus, coroado de penetrantes espinhos, ferido na sagrada Cabeça com uma cana, vestido, por escárnio, de um manto de púrpura, saciado de opróbrios,
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.


Dulcíssimo Jesus, mais odiado que um ladrão e assassino, reprovado pelos judeus, condenado à morte da Cruz,
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.


Dulcíssimo Jesus, carregado com a pesada Cruz, caído em terra, levado ao Calvário como o Cordeiro ao matadouro,
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.


Dulcíssimo Jesus, Homem das dores, despojado de Vossas pobres vestiduras, contado entre os criminosos, imolado em sacrifício pelos nossos pecados,
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.


Dulcíssimo Jesus, cravado cruelmente na Cruz, ferido dolorosamente por causa das nossas iniqüidades, quebrantado por causa das nossas culpas,
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.


Dulcíssimo Jesus, escarnecido ainda na Cruz, atormentado e oprimido de dores indizíveis, consumido de sede, abandonado na mais dolorosa agonia pelo próprio Pai Celestial,
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.


Dulcíssimo Jesus, morto na Cruz, traspassado por uma lança à vista de Vossa dolorosa Mãe,
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.


Dulcíssimo Jesus, descido da Cruz, depositado nos braços de Vossa Santíssima Mãe e banhado em Suas lágrimas,
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.


Dulcíssimo Jesus, ungido e embalsamado pelos discípulos amantes com preciosos aromas, envolvido em lençóis limpos e depositado no santo sepulcro,
Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós.


V: Ele verdadeiramente tomou sobre Si as nossas iniqüidades.
R: E as nossas dores Ele as suportou.


Oração:
Ó Jesus, Filho Unigênito de Deus e da Virgem Imaculada, que pela salvação do mundo quisestes ser reprovado pelos judeus, atado com cordas, conduzido ao matadouro como um cordeiro, apresentado injustamente aos juízes Anás, Caifas, Pilatos e Herodes, acusado por falsas testemunhas, ferido com pancadas, saciado de opróbrios e injúrias, cuspido no Rosto, açoitado barbaramente, coroado de espinhos, condenado à morte, despojado dos vestidos, pregado com toda a crueldade na Cruz, suspenso entre dois ladrões, vexado com fel e vinagre, abandonado em tormentosa agonia e, finalmente, traspassado por uma lança: por estes tormentos, Senhor, dos quais nós, indignos filhos Vossos, agora com devoção, gratidão e amor nos lembramos, e pela Vossa Santíssima Morte na Cruz, livrai-nos das penas do inferno, e dignai-Vos conduzir-nos ao Paraíso, aonde levastes conVosco o Bom Ladrão. Tende piedade de nós, ó Jesus, que com o Pai e o Espírito Santo viveis e reinais, por todos os séculos dos séculos. Amém.

O Catecismo da Igreja ensina-nos que:



§632 – As frequentes afirmações do Novo Testamento segundo as quais Jesus “ressuscitou dentre os mortos” (1Cor 15,20) pressupõem, anteriormente à ressurreição, que este tenha ficado na Morada dos Mortos. Este é o sentido primeiro que a pregação apostólica deu à descida de Jesus aos Infernos: Jesus conheceu a morte como todos os seres humanos e com sua alma esteve com eles na Morada dos Mortos. Mas para lá foi como Salvador, proclamando a boa notícia aos espíritos que ali estavam aprisionados.
§633 – A Escritura denomina a Morada dos Mortos, para a qual Cristo morto desceu, de os Infernos, o Sheol ou o Hades. Visto que os que lá se encontram estão privados da visão de Deus. Este é, com efeito, o estado de todos os mortos, maus ou justos, à espera do Redentor que não significa que a sorte deles seja idêntica, como mostra Jesus na parábola do pobre Lázaro recebido no “seio de Abraão”. “São precisamente essas almas santas, que esperavam seu Libertador no seio de Abraão, que Jesus libertou ao descer aos Infernos”. Jesus não desceu aos Infernos para ali libertar os condenados nem para destruir o Inferno da condenação, mas para libertar os justos que o haviam precedido.
§634 – “A Boa Nova foi igualmente anunciada aos mortos…” (1Pd 4,6). A descida aos Infernos é o cumprimento, até sua plenitude, do anúncio evangélico da salvação. É a fase última da missão messiânica de Jesus, fase condensada no tempo, mas imensamente vasta em sua significação real de extensão da obra redentora a todos os homens de todos os tempos e de todos os lugares, pois todos os que são salvos se tomaram participantes da Redenção.
§635 – Cristo desceu, portanto, no seio da terra, a fim de que “os mortos ouçam a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem vivam” (Jo 5,25). Jesus, “o Príncipe da vida”, “destruiu pela morte o dominador da morte, isto é, O Diabo, e libertou os que passaram toda a vida em estado de servidão, pelo temor da morte” (Hb 2,5). A partir de agora, Cristo ressuscitado “detém a chave da morte e do Hades” (Ap 1,18), e “ao nome de Jesus todo joelho se dobra no Céu, na Terra e nos Infernos” (Fl 2,10).

De uma antiga Homilia no grande Sábado Santo


“Que está acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio porque o Rei está dormindo; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam à séculos. Deus morreu na carne e despertou a mansão dos mortos.
Ele vai, antes de tudo, à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Faz questão de visitar os que estão mergulhados nas trevas e na sombra da morte. Deus e seu Filho vão ao encontro de Adão e Eva cativos, e agora libertos dos sofrimentos.
O Senhor entrou onde eles estavam, levando em suas mãos a arma da cruz vitoriosa. Quando Adão, nosso primeiro pai, o viu, exclamou para todos os demais, batendo no peito e cheio de admiração: “O meu Senhor está no meio de nós”. E Cristo respondeu a Adão: “E com teu espírito”. E tomando-o pela mão, disse: “Acorda, tu que dormes, levante dentre os mortos, e Cristo te iluminará. Eu sou o teu Deus, que por tua causa me tornei teu filho; por ti e por aqueles que nasceram de ti, agora digo, e com todo o meu poder, ordeno aos que estavam na prisão: “Saí!”; e aos que jaziam nas trevas: “Vinde para a luz!”; e aos entorpecidos: “Levantai-vos!”
Eu te ordeno: Acorda, tu que dormes, porque não te criei para permaneceres na mansão dos mortos. Levanta-te, obra de minhas mãos; eu sou a vida dos mortos. Levanta-te, obra das minhas mãos; levanta-te, ó minha imagem, tu que foste criado à minha semelhança. Levanta-te, saiamos daqui; tu em mim e eu em ti, somos uma só e indivisível pessoa.
Por ti, eu, o teu Deus, me tornei teu filho; por ti, eu, o Senhor, tomei tua condição de escravo. Por ti, eu, que habito no mais alto dos céus, desci à terra, e fui mesmo sepultado abaixo da terra; por ti, feito homem, tornei-me como alguém sem apoio, abandonado entre os mortos. Por ti, que deixaste o jardim do paraíso, ao sair de um jardim fui entregue aos judeus e num jardim, crucificado.
Vê em meu rosto os escarros que por ti recebi; para restituir-te o sopro da vida original. Vê nas minhas faces as bofetadas que levei para restaurar, conforme à minha imagem, a tua beleza corrompida. Vê em minhas costas as marcas dos açoites que suportei por ti para retirar dos teus ombros os pesos dos pecados. Vê minhas mãos fortemente pregadas à árvore da cruz, por causa de ti, como outrora estendeste levianamente tuas mãos para a árvore do paraíso.
Adormeci na cruz e por tua causa a lança penetrou no meu lado, como Eva surgiu do teu, ao adormeceres no paraíso. Meu lado curou a dor do teu lado. Meu sono vai arrancar-te do sono da morte. Minha lança deteve a lança que estava voltada contra ti.
Levanta-te, vamos daqui. O inimigo te expulsou da terra do paraíso; eu, porém, já não te coloco no paraíso mas num trono celeste. O inimigo afastou de ti a árvore, símbolo da vida; eu, porém, que sou a vida, estou agora junto de ti. Constituí anjos que, como servos, te guardassem; ordeno agora que eles te adorem como Deus, embora não sejas Deus. Está preparado o trono dos querubins, prontos e a postos os mensageiros, constituído o leito nupcial, preparado o banquete, as mansões e os tabernáculos eternos adornados, abertos os tesouros de todos os bens e o reino dos céus preparado para ti desde toda a eternidade.”