sexta-feira, 24 de abril de 2009

Poema à Procissão do Senhor Morto



Sob um pálio aberto,
O povo com fervor;
Num esquife coberto,
Leva Nosso Senhor!
Logo atrás vai Maria,
Leva roxas flores;
De Cristo na agonia,
É Senhora das Dores!

Vão lá as autoridades,
Da igreja e as locais;
Miúdos e Irmandades,
Os idosos e os demais!
Nos soldados da Paz,
O seu capacete reluz;
É um brilho que traz,
Novo brilho de Jesus!
Deus mandou a chuva,
Para toda rua lavar;
Foi lavada com luva,
Pra Seu Filho passar!
Até no céu as estrelas,
Brilho deram de Deus;
Na terra acesas velas,
Eram brilho dos seus!
E com todo este brilho,
De natural esplendor;
Brilho deram ao Filho,
Que morreu por amor!


A Procissão do Triunfo de Lisboa


A Procissão do Triunfo ou dos Santos Nus, devido à nudez das suas imagens, era organizada pelos Irmãos Terceiros do Carmo no intuito de divulgar a devoção pelos Passos dos Martírios do Senhor.
Uma das procissões mais concorridas de Lisboa fazia-se no Chiado, no Domingo de Ramos, até 1722, altura em que passou a ter lugar na sexta-feira anterior ao Domingo de Ramos. A regularidade da Procissão foi interrompida em 1755 devido ao Terramoto que causou a destruição do convento e das imagens e, em 1834, em virtude da expulsão das ordens religiosas e consequente encerramento dos conventos.
A ordem da procissão era a seguinte: Guião levado pelos Terceiros do Carmo; Imagem do Senhor orando no Horto; Senhor Preso; Senhor açoitado, preso à coluna; Senhor da Cana Verde; Senhor "Ecce Homo"; Senhor dos Passos; Senhor Crucificado; Esquife do Senhor morto, sob o Palio; Nossa Senhora das Dores; Pároco acolitado por dois sacerdotes paramentados de roxo; Priores, ministros e comissários das Ordens Terceiras. A encerrar o préstito ia uma guarda de honra, composta por 150 Praças da Guarda Municipal, seguida respectiva banda. À frente de cada andor ia uma criança vestida de anjo segurando a insígnia da Paixão evocada pelo andor.

Esta Procissão da Via-sacra começou em 1670 e terminou em 1908, proibida pelo Governo Civil.

Semana Santa 2008 Cartaojal - Antequera

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Procissão do Enterro - Histórial

Na Sexta-feira Santa, a Igreja celebra a Morte salvífica de Cristo. Na acção litúrgica da tarde, ela medita na Paixão do seu Senhor, intercede pela salvação do mundo, adora a Cruz e comemora a sua origem do lado aberto do Salvador.
Entre as manifestações de piedade popular da sexta-feira santa, além da via-sacra, sobressai a procissão do «Senhor Morto» ou como também é chamado «Enterro do Senhor». Ela volta a propor, nos módulos próprios da piedade popular, o pequeno cortejo de amigos e discípulos que, depois ter deposto da Cruz o corpo de Jesus, o levam ao lugar em que estava «o sepulcro talhado na rocha, onde ainda ninguém tinha sido sepultado» (Lc 23, 53).

Esta procissão estabeleceu-se, em Portugal pela devoção dos fiéis nos fins do século XV e princípios do século XVI.
Foi trazida de Jerusalém pelo Padre Paulo de Portalegre e começou a fazer-se, no Convento de Vilar de Frades, arcebispado de Braga, de 1500 a 1510, onde se estendeu a todas as Catedrais de Portugal.
Começou, pois esta procissão, a ser feita como Santíssimo Sacramento, como ainda hoje se realiza na catedral de Braga.
Em 1518, já o Missal Bracarense mencionava o rito desta procissão, com o Santíssimo Sacramento, o que no Missal de 1512 não se verifica.
Vejamos como era feita esta procissão com o Santíssimo Sacramento. A procissão era realizada com uma das hóstias consagradas na Missa solene de Quinta-feira Santa e que, tendo sido exposta à adoração dos fiéis na tarde e noite desse dia e manha da Sexta-feira, é conduzida processionalmente para o túmulo onde se conserva até à aurora do Domingo de Páscoa. Dai era levada em triunfo cantando-se as alegrias pascais. Esteve esta procissão muito difundida em Portugal e foi seguida durante muitos anos no Rito Romano.
Caída em desuso entre nós, ela foi substituída por outra como imagem do Senhor Morto, e procurando respeitar «as horas próprias e mais convenientes» para «a maior devoção e maior fruto dos fiéis», como indicou a Nova Ordem da Semana Santa, em 1952.
O cortejo viria, no entanto, a sofrer outras modificações ao longo dos séculos, aliando o espírito penitencial à teatralidade, surgiram algumas figurações bíblicas, assinalando algumas cenas do Antigo e do Novo Testamento, como por exemplo: Isaac com a lenha e Abraão, São Pedro, Maria Madalena…
O espírito da contra reforma foi reduzindo as figurações substituindo-as por figuras esculpidas representando as santas personagens.

A Procissão passou a ter uma maior sobriedade e rigidez; abria com o Andador que levava a matraca, depois a Cruz grande sem imagem e sem título, com uma toalha pendente dos braços da cruz, simbolizado a descida de Cristo da Cruz., era acompanhada por duas velas de cera amarela. A irmandade seguia atrás da cruz formando duas alas, levando a cabeça coberta com o capuz da opa e segurando tochas ou velas de cera amarela.
É tradicional levar nesta procissão os Martírios do Senhor, que são conduzidos por crianças vestidas de anjos ou por outras figuras bíblicas.
O responsório do livro das lamentações (Lm1, 12), entoado pela Verónica, nas diversas paragens ao longo do percurso, evoca a dor desesperada de alguém que perdeu o ser mais querido. É curioso notar que, em algumas zonas de Portugal, esse cântico é ainda hoje interpretado por uma mulher representando a Verónica que, por falta de conhecimentos em latim, se limita a entoá-lo musicalmente, reproduzindo a melodia sem qualquer palavra.

« O vos omnes, qui trasistis per viam,
Attendite, et videre is est dolor
similis sicut dolor meus.
Attendite, universi populi et videre dolorem meum
Si est dolor similis sicut dolor meus.»

À frente do palio, seguiam um ou dois turíbulos incensando o ambiente criando uma atmosfera digna da passagem do esquife com o Senhor Morto, sob o palio e rodeado de lanternas ou tochas, este incenso usado era um incenso especial, que só era usado neste dia, chamado Benjoim ou Beijoim, que lembrava os aromas com que embalsamaram o corpo de Nosso Senhor.
A imagem do Senhor Morto será colocada um esquife ou ataúde, o mais artístico possível, deitada sobre um pano de seda roxa.
Depois seguia o celebrante e os ministros, noutros locais é habito seguirem depois dos andores. Por fim, o andor de Nossa Senhora da Soledade, que costuma ir de roxo, e manto azul, e no sul habitualmente de preto. Em varias zonas acompanham também o andor de São João e o de Santa Maria Madalena, sendo cada andor acompanhado de lanternas. A encerrar o cortejo ia três mulheres carpideiras, vestidas de negro, que o povo chamava “as três Marias do behu”, pela lamentação exageradamente ruidosa que entoavam: «Heu Heu Domine, Heu Salvator Noster» (Ai! Ai! Senhor, ai! Nosso salvador!)
A Procissão do Enterro terminava após a cerimónia da Tumulação do Senhor. Que consistia no seguinte, ao chegar à igreja, o celebrante e o povo ajoelhavam-se, e dois seguravam a imagem, elevando-a três vezes perante o povo, enquanto o celebrante incensava a imagem, depois depositando-a em seguida no túmulo, em cima do Altar ou da banqueta, e, após ter entoado os responsórios, encerrava-se o túmulo, ou, caso não houvesse, cobria-se a imagem com um pano, reinando o mais profundo silêncio no templo.
Há o costume nalguns lugares de espalhar rosmaninho e alecrim pelo chão da igreja o que dá ao templo com o seu perfume característico um ar muito especial, que não se deve deixar perder.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Semana Santa Zamora 2009 (parte 5)

Semana Santa Zamora 2009 (parte 5)

Semana Santa Zamora 2009 (parte 4)

Cristo Yacente 2009

PROCESION DEL SANTO ENTIERRO ALZIRA 2009

Enterro do Senhor - Ribafria 2009











Procissão do Enterro do Senhor em Braga

Bragrança 2009

Braga 2009

Procissão dos Passos - Mogadouro

Procissão dos Passos em Vilarinho

Visita Pascal - Loriga 2009

Procissão dos Passos- Loriga 2009

Enterro do Senhor - Loriga 2009

Enterro do Senhor 2009 - Mafra

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Procissão dos Passos e do Enterro do Senhor, na Guarda

A Santa casa da Misericórdia da Guarda vai realizar a Procissão dos Passos e do Enterro do Senhor. A Procissão dos Passos será no dia 26 de Março, pelas 16.00 horas e terá o seguinte percurso: Rua Alves Roçadas, Rua do Encontro, Largo de São Pedro, Rua Camilo Castelo Branco, Largo General João de Almeida, Rua Dr. Lopo de Carvalho, Paço do Biu, Rua Direita, Largo da Sé, Rua do Comércio e Igreja da Misericórdia. A Procissão do Enterro do Senhor está marcada para 10 de Abril, às 21.30 horas, a partir da Igreja da Misericórdia, seguindo para a Rua Dr. Lopo de Carvalho, Paço do Biu, Rua Direita, Largo da Sé, Largo Dr. Amândio Paul, Rua do Encontro, Largo de S. Pedro, Rua Serpa Pinto, Rua Alves Roçadas e Igreja da Misericórdia.